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MEMORIAL DE PROCESSO

“PARALISADA”

“Paralisada” surgiu a partir da minha idéia (Karol) de tratar de um tema pouco falado entre, especificamente, a nossa turma. Após muito pensar e passar de um tema a outro, enquanto assistia uma série de TV, deparei-me com uma cena que me remeteu a uma imagem que havia visto alguns meses atrás. A imagem era uma representação da paralisia do sono e este foi o estalo para desenvolver este projeto.

 

O QUE É A PARALISIA DO SONO?

Condição caracterizada por uma paralisia temporária do corpo imediatamente após o despertar ou,

com menos frequência, imediatamente antes de adormecer.

A paralisia do sono propriamente dita acontece a todas as pessoas sempre que estas dormem. O distúrbio começa

quando a pessoa acorda e a paralisia ainda está ativa.

Fisiologicamente, ela é diretamente relacionada à paralisia que ocorre como uma parte natural do sono

REM (Rapid Eye Movement, “movimento rápido dos olhos”, fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos.),

a qual é conhecida como atonia REM.

A paralisia do sono ocorre quando o cérebro acorda de um estado REM, mas a paralisia corporal persiste.

Isto deixa a pessoa temporariamente incapaz de se mover. Além disso, o estado pode ser acompanhado por

alucinações hipnagógicas.

Com frequência, a paralisia do sono é vista pela pessoa como nada mais do que um sonho. Isto explica muitos relatos de sonhos nos quais as pessoas se vêem deitadas na cama e incapazes de se mover. As alucinações que podem acompanhar a paralisia do sono tornam mais provável que as pessoas que sofrem do problema acreditem que tudo não passou de um sonho, já que objetos completamente fantasiosos podem aparecer no quarto em meio a objetos normais.

 

EQUIPE

Hércio Medeiros (Cinema e Audiovisual – UFPel – Identidade Visual), Gianna Delabary (Artes Visuais – UFPel / Cenografia), Karol Mendes (Teatro – UFPel / Direção), Lizi Fonseca (Teatro – UFPel / Atriz), Luccas P. Soares (Teatro – UFPel / Iluminação), Rodrigo Leal Dias (Teatro – UFPel / Ator), Shaiane Molina (Teatro – UFPel / Figurino) e Yane Caetano (Dança – UFPel / Maquiagem).

 

O INICIO

Tendo claro o tema da encenação os problemas começaram a bater à porta. Por sorte (e, digamos, uma boa escolha) há uma ótima equipe ajudando a esclarecer as coisas na minha cabeça e manter tudo no lugar.

 

O plano era desenvolver um texto base para nos apoiarmos, porém, foi descartado. Sendo assim, junto ao elenco (Lizi e Rodrigo) e depois de conversar tanto com membros da equipe quanto com colegas de disciplina, começamos a debater todas as idéias e formas possíveis de trazer “Paralisada” à vida, e, finalmente posso dizer que, depois de tanto tempo, o nosso tão esperado (e marcado e cancelado várias vezes) primeiro encontro aconteceu, e nossa encenação conseguiu assim mostrar-nos suas primeiras formas.

 

PRIMEIRO ENCONTRO PRÁTICO

 

Através de pesquisa e muita conversa com desconhecidos que aceitaram dividir suas experiências conosco, foi possível juntar um vasto e rico material com muitos e variados episódios de paralisia do sono.

 

Durante o primeiro encontro tivemos mais alguns minutos de conversa antes da ação, no qual eu (Karol) dividi com o elenco minhas próprias crises de paralisia do sono e meus sentimentos em relação à isso e Lizi contou à Rodrigo alguns medos pessoais, os quais posteriormente o ajudaram a manter um certo domínio sobre ela quando ambos foram para o jogo.

 

Com a sala totalmente escura, começamos com a atriz já mantendo a condição de paralisia, porém, ainda em pé. Lizi manteve-se imóvel e de olhos fechados no centro da sala de ensaio enquanto Rodrigo movimentava-se ao seu redor variando altura, velocidade e proximidade. 

Neste primeiro jogo, ambos ainda estavam afeiçoando-se com as posições de suas personagens. Rodrigo, como dito anteriormente, usou de, entre outros, medos pessoais de Lizi que, por sua vez, sentiu a dificuldade de segurar os movimentos, deixando escapar alguns reflexos (como proteger-se com as mãos à frente do corpo quando sentiu Rodrigo mover-se rapidamente em sua direção).

O segundo exercício teve a mesma base, porém, desta vez a atriz manteve-se deitada em uma cama improvisada enquanto o ator aproveitou melhor o espaço disponível. ​

Ambos os exercícios duraram cerca de 30min.

 

 

Lizi relatou a dificuldade de conter o impulso de mover-se e a forte sensação de impotência que esta condição trás, fazendo assim com que Rodrigo chegasse ao objetivo do experimento: controlar, assustar e apresentar-se como superior diante dela.

 

Fato curioso: Apesar de manter-se deitada, imóvel e sem falas, a atriz terminou o exercício tão ofegante quanto o ator, o que nos deixou bastantes satisfeitos.

 

 

POR VIR

 

O plano agora é continuar explorando as sensações e medos dos atores a cada ensaio, traçando uma linha de ações com as quais nos guiar até o fim do experimento.

À cima: cena da série "O Exorcista",

da Fox Broadcasting Company.

À baixo: imagem referente a paralisia

do sono.

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